Inserido nas produções audiovisuais realizadas com base nas pesquisas do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), o filme ‘Maracatu de Baque Solto’ remonta o real significado do folguedo, cujas origens remontam das festas de negros nas antigas senzalas dos engenhos de cana de açúcar na transição do século XIX para o Século XX, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. As filmagens feitas entre 2011 e 2013, demonstram através de depoimentos de historiadores, pesquisadores, mestres e mestras da cultura popular, todo o fascínio envolvendo a manifestação, em festividades como o carnaval, as sambadas de maracatus rurais e tradicionais encontros que anualmente acontecem no Estado.
Com predominância em Nazaré da Mata, Aliança e Araçoiaba, na Zona da Mata Norte, além de mais 20 localidades da região e também nas cidades do Recife e de Olinda, os maracatus de baque solto são símbolo da resistência cultural. No filme são explorados em seus cortejos elementos de formação da cultura brasileira, como as danças, poesias, galopes, marchas, sambas e coco de roda, registrando também elementos importantes que constituem as cortes de baque solto, como brincantes, damas de passo, baianas e mestres.
Participaram do documentário Ariano Suassuna (escritor e dramaturgo), Leonardo Dantas (historiador), Manoelzinho Salustiano, (presidente da Associação dos Maracatus de Baque Solto), Leda Alves (Secretária de Cultura do Recife), Aparecida Nogueira (antropóloga), Rinaldo (artista plástico), Helder Vasconcelos (músico), Afonso Oliveira (produtor cultural), Adiel Luna (músico e mestre de maracatu), Joanita Maria da Silva (presidente do Cambinda Nova), José Manoel da Silva – Zé do Carro (presidente do Cambinda Brasileira), Mestra Gil (Maracatu Feminino Coração Nazareno), João Flor (Maracatu Leão Dourado), Fernando Luis (Maracatu Cambinda Dourada), Mestre Dedinha (poeta do Cambindinha), Zé Pequeno (caboclo de lança), Mestre Barachinha (poeta do Leão Mimoso), Biu de Carro (madrinha do Cambinda Brasileira), Manoel Vicente – Barata (mestre de cabocaria do Leão de Ouro de Nazaré da Mata), Mestre João Paulo (poeta do Leão Misterioso), entre vários outros representantes da manifestação.
A pesquisa do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, compreende o programa de identificação, reconhecimento e salvaguarda da diversidade cultural de Pernambuco, mantido pela Secult e Fundarpe, iniciado em 2011, e que já inventariou mais cinco bens culturais: Maracatu de Baque Solto, Cavalo Marinho, Caboclinhos, Ciranda e Reisado. Entre os desdobramentos, os respectivos INRC compuseram os pedidos, ao Iphan, da candidatura desses bens culturais para o título de Patrimônio Imaterial Cultural Brasileiro.
Assim como o Maracatu Nação e o Cavalo-Marinho, o Maracatu de Baque Solto foi reconhecido com o título em dezembro de 2014. As candidaturas dos demais bens culturais ao referido título segue em análise pelo Iphan. O documentário foi produzido com incentivo do Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura e Fundarpe.

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